Em meu modo de entender e sentir, o povo não se preocupa tanto com a duração de uma homilia, mas com o seu conteúdo: se é espiritual e substanciosa, corretamente doutrinal e interessante, se ilumina suas vidas e as move a decisões corretas. Não se trata de eloquência exibicionista, mas de um coração que fala ao outro; tampouco de uma apelação sentimental, mas de um poder que emana do Espírito; nem de uma martelada moralista, mas de uma clarinada que revigora. Obviamente, se o pregador tem a compartilhar apenas obviedades, indiretas, chavões teológicos, frases de efeito ou mesmo uma lista de informações e aforismas, alguns minutos se tornam uma eternidade, e a brevidade, uma economia de paciência. A retórica causa agrado, mas a verdadeira pregação move o espírito e produz transformação, pois a letra mata, mas o Espírito edifica. Conheço alguns que falam muito bem, fazem metáforas impressionantes, mas falta aquele toque especial da graça, que transfigura palavras em moções. A cada dia que passa, vejo pessoas mais interessadas em conhecer a Bíblia e, neste conhecimento, serem espiritualmente edificadas. Apenas um entendimento mesquinho e desejoso de nivelar por baixo pode limitar essa partilha sobrenatural a um rápido despacho. Se não uma validação da preguiça, isso demonstra ao menos falta de fé no poder eficaz da Palavra viva que opera mediante o ministério da pregação.